Rádio EFTEPRO

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O profeta Daniel




Há pelo menos três bons motivos para acreditarmos que o livro de Daniel é confiável do ponto de vista histórico e que de fato foi escrito no 6º século antes de Cristo:1) A arqueologia tem reconstruído as informações históricas do livro de Daniel. a) Toda a história desse profeta hebreu se passa na cidade de Babilônia. Os críticos da Bíblia afirmavam que se Babilônia realmente houvesse existido, não passaria de um pequeno clã. A arqueologia demonstrou o oposto. Os resultados dos estudos do arqueólogo alemão Robert Koldewey, feitos entre 1899 e 1917, provaram que Babilônia era um grande centro econômico e político no Antigo Oriente Médio na metade do 1º milênio a.C. (600 a.C.).b) Outro ponto de questionamento era sobre a existência ou não de Nabucodonosor, rei de Babilônia na época do profeta Daniel. Mais uma vez a arqueologia resolveu a questão trazendo à luz muitos tabletes que foram encontrados nas ruínas escavadas por Koldewey com o nome Nabu-Kudurru-Usur, ou seja, Nabucodonosor! Não é incrível como um tablete de 2.600 anos consegue esmiuçar teorias fundamentadas no silêncio?c) Assim como a opinião dos críticos teve que ser radicalmente mudada a respeito de Babilônia e de Nabucodonosor, o mesmo aconteceu com Belsazar, o último rei da Babilônia. Críticos modernos não concordavam com essa informação. Novamente a arqueologia refutou essa opinião. Vários tabletes cuneiformes confirmam que Nabonido, o último rei de Babilônia, deixou seu filho Bel-Shar-Usur (Belsazar) cuidando do Império enquanto ele estava em Temã, na Arábia. Você pode confirmar em Daniel 5:7 que Belsazar ofereceu para Daniel o terceiro lugar no reino, já que o pai, Nabonido, era o primeiro e ele, Belsazar, o segundo. d) Até os amigos de Daniel estão documentados nos tabletes cuneiformes da antiga Babilônia. Foi descoberto um prisma de argila, publicado em 1931, contendo o nome dos oficiais de Nabucodonosor. Três nomes nos interessam: Hanunu (Hananias), Ardi-Nabu (Abed Nego) e Mushallim-Marduk (Mesaque). Incrível! Os mesmos nomes dos companheiros de Daniel mencionados nos capítulos 1, 2 e 3 de seu livro! Um grande defensor dessa associação é o adventista e especialista em estudos orientais William Shea, em seu artigo: “Daniel 3: Extra-biblical texts and the convocation on the plain of Dura”, AUSS 20:1 [Spring, 1982] 29-52. Hoje esse artefato encontra-se no Museu de Istambul, na Turquia. Resumindo: as informações históricas do livro de Daniel são confirmadas pela arqueologia bíblica.2) Por muitos anos os defensores da composição do livro de Daniel no 2º século a.C. se valeram das palavras gregas do capítulo 3 para “confirmar” a autoria da obra no período helenístico. Essa opinião apresenta dois problemas sérios: a) Há ampla documentação do relacionamento entre os gregos e os impérios da Mesopotâmia antes mesmo do 6º século a.C. Nos registros do rei assírio Sargão II, por exemplo, fala-se sobre cativos da região da Macedônia (Cicília, Lídia, Ionia e Chipre). Se os judeus em Babilônia eram solicitados para tocar canções judaicas (Salmo 137:3), por que não imaginar o mesmo com os gregos? Um poeta grego chamado Alcaeus de Lesbos (600 a.C.) menciona que seu irmão Antimenidas estava servindo no exército de Babilônia. Logo, não nos deve causar espanto algum o fato de termos na orquestra babilônica instrumentos gregos.b) Se o livro de Daniel foi escrito durante o período de dominação grega sobre os judeus, por que há apenas três palavras gregas ao longo de todo o livro? Por que não há costumes helenísticos em nenhum dos incidentes do livro numa época em que os judeus eram fortemente influenciados pelos filósofos da Grécia? Esse fato parece negar uma data no 2º século a.C.Resumindo: o fato de existirem palavras gregas no terceiro capítulo de Daniel não prova sua composição no 2º século a.C., pelo contrário, intercâmbio cultural entre Babilônia e Grécia era comum antes mesmo do 6º século a.C. 3) Daniel foi escrito em dois idiomas: hebraico (1:1-2:4 e 8:1-12:13) e aramaico (2:4b-7:28). Diversos nomes no estudo do aramaico bíblico (Kenneth Kitchen, Gleason Archer Jr, Franz Rosenthal, por exemplo) afirmam que o aramaico usado por Daniel difere em muito do aramaico utilizado nos Manuscritos do Mar Morto que datam do 2º século a.C. Para Archer Jr., a morfologia, o vocabulário e a sintaxe do aramaico do livro de Daniel são bem mais antigos do que os textos encontrados no deserto da Judéia. Não só isso, mas que o tipo da língua que Daniel utilizou para escrever era o mesmo utilizado nas “cortes” por volta do 7º século a.C. Resumindo: o aramaico utilizado por Daniel corresponde justamente àquele utilizado em meados no 6º século a.C. nas cortes reais.Qual a relevância dessas informações para um leitor da Bíblia no século 21? Gostaria de destacar dois pontos para responder esta questão:1) Como foi demonstrado acima, Daniel escreveu seu livro muito antes do cumprimento de suas profecias. Logo, isso nos mostra a Soberania e Autoridade de Deus sobre a história da civilização. Se Deus é capaz de comandar o futuro, Ele é a única resposta para os problemas da humanidade.2) A inspiração das Escrituras. O livro de Daniel se mostrou confiável no ponto de vista histórico e, consequentemente, profético. Essa é a realidade com toda a Bíblia, que graças a descobertas de cidades, personagens e inscrições, mostra-se verdadeira para o ser humano. O livro de Daniel, longe de ser uma fraude, é um relato fidedigno. Ao escavarmos profundamente as Escrituras e estudarmos a História, podemos perceber que a Bíblia é um documento histórico confiável.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Sinais da bíblia




Os rolos foram vistos por vários estudiosos na parte posterior do ano 1947, e alguns deles confessam que na época, menosprezaram-nos como sendo falsificações. Um dos professores que reconheceram a verdadeira anti­guidade dos rolos foi o falecido Prof. Eleazar L. Sukenik da Universidade Hebraica, e ele conseguiu mais tarde comprar alguns deles. Outros rolos foram levados para a Escola Americana de Pesquisas Orientais em Jerusalém, onde o Diretor interino, Dr. John C. Trever, percebendo seu grande valor, mandou fotografar os pedaços que foram levados a ele. Uma das suas foto­grafias foi enviada ao Prof. William F. Albright, que imediatamente declarou que esta foi “a descoberta a mais importante que já tinha sido feita no assunto de manuscritos do Antigo Testamento”.Os rolos que foram comprados pela Universidade Hebraica incluíam o Rolo de Isaías da Universidade Hebraica (lQIsb), que contém uma parte do Livro, a Ordem da Guerra, conhecido também como A Guerra dos Filhos da Luz contra os Filhos das Trevas (1QM), e os Hinos de Ações de Graças, ou Hodayot (1 QH). Os rolos comprados pelo arcebispo sírio e publicados pelas Escolas Americanas de Pesquisas Orientais incluíam o Rolo de Isaías de São Marcos (lQI5a), que é um rolo do Livro inteiro, o Comentário de Habacuque (lQpHab), que contém o texto dos caps. 1 e 2 de Habacuque com um comentário, e o Manual de Disciplina (1QS), que contém as regras para os membros da comunidade de Cunrã. Subseqüentemente, estes rolos passaram a integrar o patrimônio do Estado de Israel, e são conservados num santuário especial da Universidade Hebraica em Jerusalém. Têm sido publicados em numerosas edições e recensões, e traduzidos para várias línguas, havendo grandes facilidades para quem deseja estudá-los em tradução ou em fac-símile.
Depois da descoberta destes rolos, que são de grande importância por ter sido quase unanimemente reconhecido que pertencem ao último século a.C. e ao primeiro século d.C., a região onde foram achados tem sido sujeitada a exploração sistemática. Numerosas cavernas têm sido achadas, e até agora, onze destas cavernas têm oferecido materiais da mesma época dos rolos originais. A maior parte destes rolos tem vindo da quarta caverna a ser explorada (Caverna Quatro, ou 4Q), e outros de grande significado foram achados nas cavernas 2Q, 5Q, e 5Q. Segundo as últimas notícias, as descobertas as mais significativas têm sido as da caverna 11Q.
Perto dos penhascos no planalto aluvial que domina as praias do Mar Morto há os alicerces de um prédio antigo e complexo, muitas vezes chamado de “mosteiro”. Este foi totalmente escavado durante várias estações, e isto tem desvendado informações importantes quanto à natureza, ao tamanho e à data da comunidade de Cunrã. As moedas achadas ali, junta­mente com outros vestígios, têm oferecido indicações para fixar a data da comunidade entre 140 a.C. e 67 d.C. Os membros eram quase todos masculinos, embora que a literatura regulamente as condições para a admissão de mulheres e crianças. O número de pessoas que viviam ali ao mesmo tempo seria aproximadamente entre 200 e 400. Uns 2 km ao sul, em Ain Fexca, foram descobertos remanescentes de outras construções, cuja natureza não tem sido exatamente esclarecida. A água doce da fonte provavelmente foi usada para o plantio, e para outras necessidades da comunidade.
Pela literatura que a seita deixou, sabemos que o povo de Cunrã era judaico, um grupo que se separara da corrente central do judaísmo que se situava em Jerusalém, e que até criticava e mostrava hostilidade aos sacerdotes de Jerusalém. O fato de adotarem o nome “Filhos de Zadoque”, levou alguns estudiosos a postular que os sectários de Cunrã fossem vinculados aos Zadoquitas ou Saduceus; outros estudiosos acreditam que seria mais correto identificá-los com os Essênios, uma terceira seita do judaísmo, descrita por Josefo e Fílon. Não é impossível que haja elementos de verdade em ambas es­tas teorias, e que tenha havido originalmente uma cisão na linhagem sacerdotal ou saducéia que aderiu ao movimento chamado dos hasideanos, os antepassados espirituais dos fariseus, seguida por outra separação posterior para formar uma seita fechada, separatista, parte da qual se situou em Cunrã. Devemos aguardar mais descobertas antes de procurar dar uma resposta final a este problemas complexos.A comunidade dedicava-se ao estudo da Bíblia. A vida da comunidade era ascética, na sua mor parte, e suas práticas incluíam o banho ritual, que às vezes tem sido chamado batismo. Alguns estudiosos têm entendido que esta prática foi a origem do batismo de João Batista. Uma comparação do batismo de João com o dos cunranianos mostra, no entanto, que as duas práticas eram inteiramente distintas entre si. Isto sendo o caso, mesmo se João tivesse pertencido a esta comunidade (o que não se comprovou, e talvez nunca venha a ser provado), este deve ter desenvolvido distinções importantes na sua própria doutrina e prática do batismo.Alguns estudiosos acreditam que haja elementos do zoroastrismo nos escritos de Cunrã, especificamente no que diz respeito ao dualismo e à angelologia. O problema é extremamente complexo. O dualismo do zoroastrismo desenvolveu-se consideravelmente na era cristã, e por este motivo é precário argumentar que as crenças do zoroastrismo conforme hoje as conhecemos representem as crenças de um ou dois séculos antes de Cristo.As descobertas de Cunrã são importantes para estudos bíblicos em geral. Não se pode tirar conclusões acerca do cânon, sendo que o grupo de Cunrã era cismático desde o princípio, e além disto, a ausência do Livro de Ester não implica necessariamente que rejeitava este Livro do Cânon. Quanto à matéria do texto do Antigo Testamento, os rolos do Mar Morto têm grande importância. O texto do Antigo Testamento Grego, ou Septuaginta, e as citações do Antigo Testamento no Novo, indicam que tenha havido outros textos além daquele que veio até nós (o Texto Massorético). O estudo dos rolos do Mar Morto revela claramente que, na época de serem produzidos, que seria mais ou menos na época da elaboração dos manuscritos bíblicos utilizados pelos autores do Novo Testamento, havia no mínimo três tipos de textos circulando: um pode ser chamado o precursor do Texto Massorético; o segundo estava nitidamente relacionado com aquele utilizado pelos tradutores da Septuaginta; o terceiro era diferente de ambos. As diferenças não são grandes, e em passagem alguma envolvem assuntos de doutrina; mas para um estudo textual pormenorizado é importante que nos libertemos do conceito que o Texto Massorético seja o único texto autêntico. A verdade é que as citações do Antigo Testamento que se acham no Novo, dão margem para se compreender que não foi o Texto Massorético aquele que mais se empregava pelos autores do Novo Testamento. Precisamos qualificar estas declarações pela explicação que a qualidade do texto é diferente entre os vários livros do Antigo Testamento, e que há muito mais uniformidade no texto do Pentateuco do que em algumas outras porções da Bíblia Hebraica. Os rolos do Mar Morto têm feito uma grande contribuição para, o estudo do texto dos Livros de Samuel.No que diz respeito ao Novo Testamento, os rolos do Mar Morto são igualmente de grande importância. Obviamente, não existe nenhum texto do Novo Testamento nas descobertas de Cunrã, sendo que o primeiro Livro do Novo Testamento foi escrito muito pouco tempo antes da destruição da comunidade de Cunrã. Além disto, não há motivo algum para que alguma escrita neotestamentária tenha sido trazido a Cunrã. Por outro lado, há certas referências e pressuposições no Novo Testamento, mormente na pregação de João Batista e Jesus Cristo, e nas escritas de Paulo e João, que podem ser colocados contra um pano de fundo reconhecidamente semelhante àquele descrito nos documentos de Cunrã. Por exemplo, o pano de fundo gnóstico de certas escritas paulinas que antigamente foi considerado como situação histórica do gnosticismo grego do segundo século d.C. — o que implicaria numa data posterior para a composição da Epístola aos Colossenses — reconhecese agora como sendo o gnosticismo judaico do primeiro século d.C. ou ainda antes da era cristã. Semelhantemente, o estilo do Quarto Evangelho revela-se como sendo palestiniano e não helenístico.Muita coisa tem sido escrito no assunto do relacionamento entre Jesus Cristo e a comunidade de Cunrã. Não há evidência nos documentos de Cunrâ que Jesus tenha sido membro da seita, e nada há no Novo Testamento que exija tal ponto de vista. Bem ao contrário, a maneira de Jesus encarar o mundo, e mais especialmente, Seu próprio povo, é diametricalmente oposta à cosmo visão de Cunrã, e podemos declarar, sem medo de errar, que Jesus não tenha sido membro daquele grupo em tempo algum. Pode ter sido alguns discípulos que tenham surgido de um passado deste tipo, mais especificamente os discípulos que antes seguiam a João Batista, mas há muita falta de provas neste assunto. A tentativa de comprovar que o Ensinador da Retidão de Cunrã tenha servido como padrão da descrição de Jesus que se registra nos Evangelhos não se corrobora pelo estudo dos rolos do Mar Morto. O Ensina-dor da Retidão era um jovem magnífico com grandes ideais, que morreu cedo demais; não há, no entretanto, nenhuma declaração clara que tenha sido condenado à morte, nem se pode inferir que tenha sido crucificado para então ressurgir dentre os mortos, e que os sectários de Cunrã tenham aguarda­do sua volta. A diferença entre Jesus e o Ensinador da Retidão destaca-se nitidamente em vários pormenores: o Ensinador da Retidão nunca foi considerado o Filho de Deus ou Deus Encarnado; sua morte não se revestiu de natureza sacrificial; a refeição sacramental (se realmente tenha sido isto mesmo), não era considerada como sendo uma lembrança da sua morte nem como uma promessa da sua volta, e nada tinha que ver com a remissão dos pecados. t óbvio que no caso de Jesus Cristo, todos estes aspectos são claramente declarados, não só urna vez, mas repetidas vezes no Novo Testamento, e, afinal, são doutrinas fundamentais sem as quais não poderia existir a fé cristã.
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Rio Jordão


Segundo uma tradição, durante o cerco de Jerusalém, no ano 70 da nossa era, um general romano, Tito, condenou alguns escravos a morte.Submeteu-os a um breve julgamento e mandou encadeá-los todos juntos e jogá-los no mar, próximo ao monte de Moab. Os condenados, porém, não se afogaram. Repetidamente foram jogados ao mar e todas as vezes, como cortiças, vinham dar em terra. O inexplicável fenômeno impressionou Tito de tal modo que ele acabou por perdoar os pobres criminosos.
Foram os Estados Unidos que, no ano de 1848, tomaram a iniciativa, equipando uma expedição para estudar o enigmático mar Morto.
Os barcos foram lançados a água no lago Tiberíades. As medidas de altura tomadas por Lynch no lago de Genesaré produziram a primeira grande surpresa dessa viagem. A princípio, ele pensou tratar-se de um erro, mas a verificação confirmou o resultado. A superfície do lago de Genesaré, mundialmente conhecido pela história de Jesus, ficava duzentos e oito metros abaixo da superfície do Mediterrâneo! A que altura nasceria o Jordão, que atravessa esse lago?Dias depois, W. F. Lynch encontrava-se numa alta encosta do nevado Hermon. E entre os restos de colunas e portais desmantelados surgiu a pequena aldeia de Banias. Árabes conhecedores do terreno conduziram-no através de um espesso bosque de espirradeiras até uma cova meio encoberta por calhaus na íngreme encosta calcária do Hermon. Da escuridão dessa cova brotava com força, gorgolejando, um jorro de água límpida. Era uma das três nascentes do Jordão.
Os árabes chamam ao Jordão Cheri ’at el Kebire, "Grande Rio". Ali estivera o antigo Paníon, ali Herodes construíra um templo de Pã em honra de Augusto. Junto a gruta do Jordão, havia uns nichos em forma de concha. Ainda se pode ler ali claramente a inscrição grega: "Sacerdote de Pã". No tempo de Jesus Cristo, o deus grego dos pastores era venerado junto as fontes do Jordão. O deus com pés de cabra levava aos lábios a flauta, como se quisesse modular uma canção para acompanhar o Jordão em sua longa viagem. A cinco quilômetros daquela fonte, para os lados do oeste, ficava a bíblica Dan, o sítio mais setentrional do país, repetidamente citada na Bíblia. Também ali, na encosta sul do Hermon, brotava uma nascente de águas claras. Uma terceira fonte desce de um vale situado mais acima. O fundo do vale fica pouco acima de Dan, quinhentos metros acima do nível do mar. Onde o Jordão atinge o pequeno lago Huleh, vinte quilômetros ao sul, o leito já baixou até dois metros acima do nível do mar. Depois o rio se precipita abruptamente por um espaço de pouco mais de dez quilômetros até o lago de Genesaré. Em seu curso, das vertentes do Hermon até esse local, num trecho de quarenta quilômetros apenas, desceu setecentos metros.Do lago Tiberíades, os membros da expedição americana desceram o Jordão em dois barcos de metal, percorrendo seus intermináveis meandros.Gradualmente a vegetação ia-se tornando mais esparsa. Só nas margens do rio ainda havia moitas espessas. Sob o sol tropical, surgiu a direita um oásis - Jericó. Pouco depois chegaram ao seu destino. Entre penhascos talhados quase a prumo, estendia-se a sua frente a vasta superfície do mar Morto.A primeira coisa que fizeram foi tomar um banho. Os homens que saltaram na água tiveram a impressão de que vestiam salva-vidas, tal a maneira como foram impelidos para cima. As antigas narrativas não haviam, pois, mentido. Naquele mar, ninguém podia se afogar. O sol escaldante secou a pele dos homens quase instantaneamente. A fina camada de sal que a água deixara em seus corpos fazia-os parecerem completamente brancos. Ali não havia moluscos, peixes, algas, corais... naquele mar jamais vogara um barco de pesca.Não havia frutos do mar nem frutos da terra. Suas margens eram desoladas e nuas. As costas do mar e as faces dos rochedos lá no alto, cobertas de enormes camadas de sal endurecido, brilhavam ao sol como diamantes. A atmosfera estava saturada de cheiros acres e penetrantes. Cheirava a petróleo e enxofre. Sobre as ondas flutuavam manchas oleosas de asfalto - a que a Bíblia chama betume (Gn 14.10). Nem mesmo o azul brilhante do céu ou o sol forte conseguia dar vida a paisagem hostil.Os barcos americanos cruzaram o mar Morto durante vinte e dois dias. Tomavam amostras de água, analisavam-nas, e a sonda era lançada ao fundo continuamente. Verificaram que a foz do Jordão, no Mar Morto, ficava trezentos e noventa e três metros abaixo do nível do mar! Se houvesse uma comunicação com o Mediterrâneo, o Jordão e o lago de Genesaré, distante cento e cinco quilômetros, desapareceriam. Um imenso mar interior se estenderia até as margens do lago Huleh!
Através do relatório da expedição, o mundo ficou sabendo pela primeira vez de dois factos espantosos. O mar Morto atinge quatrocentos metros de profundidade; o fundo do mar fica, portanto, cerca de oitocentos metros abaixo da superfície do Mediterraneo.A água do mar Morto contém cerca de trinta por cento de elementos componentes sólidos, a maior parte constituída por cloreto de sódio, isto é, de sal de cozinha. Os oceanos contêm apenas de quatro a seis por cento de sal. Nessa bacia de setenta e seis quilômetros de comprimento por dezassete de largura desembocam o Jordão e muitos rios menores. Sob o sol escaldante, evaporam-se, dia após dia, oito milhões de metros cúbicos de água de sua superfície. As matérias químicas que esses rios conduzem permanecem nessa bacia de mil duzentos e noventa e dois quilômetros quadrados de superfície.
O vale do Jordão é apenas parte de uma fenda imensa na crosta da nossa Terra. Hoje já se conhece sua extensão exacta. Começa muitas centenas de quilômetros ao norte da fronteira da Palestina nas faldas da montanha do Tauro, na Ásia Menor. Ao sul, vai desde a costa sul do mar Morto, atravessa o deserto de Arábia até o golfo de Ácaba e só vai terminar do outro lado do mar Vermelho, na África. Em muitos lugares dessa imensa depressão há vestígios de antiga actividade vulcânica. Nos montes da Galiléia, nos planaltos da Jordânia oriental, nas margens do afluente Jabbok, no golfo de Ácaba, há basalto negro e lava.Será que Sodoma e Gomorra afundaram quando (acompanhado por terremotos e erupções vulcânicas) um pedaço do chão do vale ruiu um pouco mais? E o mar Morto se alongou naquela época em direção ao sul?A ruptura da terra liberou as forças vulcânicas contidas há muito tempo nas profundezas da greta. Na parte superior do vale do Jordão, junto a Basan, erguem-se ainda hoje as crateras de vulcões extintos, e sobre o terreno calcário há grandes campos de lava e enormes camadas de basalto.Desde tempos imemoriais, os territórios ao redor dessa depressão são sujeitos a terramotos. Repetidamente temos notícia deles, e a própria Bíblia fala a respeito. Como para confirmar a teoria geológica do desaparecimento de Sodoma e Gomorra, escreve textualmente o sacerdote fenício Sanchuniathon em sua História antiga redescoberta: "O vale de Sidim" afundou e se transformou em mar, sempre fumegante e sem peixe, exemplo de vingança e morte para os ímpios".A destruição não foi causada por vulcões.Antes de mais nada, convém frisar que está fora de qualquer cogitação a hipótese segundo a qual a depressão do rio Jordão teria se originado somente há uns quatro milênios, pois, conforme as pesquisas mais recentes, a origem dessa depressão remontaria ao Oligoceno (Terciário, entre o Eoceno e o Mioceno).Portanto, neste caso é preciso calcular não em milhares, mas sim milhões de anos. Embora, em tempos posteriores, fosse comprovada uma actividade vulcânica mais intensa, relacionada com a abertura da depressão do rio Jordão, mesmo assim chegamos a parar no Plistoceno, encerrado há uns dez mil anos, e ficamos longe do chamado "período dos patriarcas", convencionalmente datado no terceiro ou até segundo milênio antes de Cristo. Ademais, justamente ao sul da península de Lisan, onde supostamente teria acontecido o ocaso de Sodoma e Gomorra, perdem-se todos os vestígios de erupções vulcânicas. Em outras palavras, naquela área as condições geológicas não permitem comprovar uma catástrofe ocorrida em época geológica bem recente, que destruiu cidades e foi acompanhada por violentas erupções vulcânicas.
Quanto mais nos aproximamos da extremidade sul do mar Morto, mais deserta e selvagem se torna a região e mais sinistro e impressionante é o cenário das montanhas. Um eterno silêncio paira nos montes, cujas vertentes escalavradas pendem a prumo sobre o mar, onde se reflete sua brancura cristalina. A inaudita catástrofe deixou seu selo indelével de tristeza e desolação naquelas paragens. Raramente passa por algum daqueles vales fundos e escarpados um grupo de nómadas a caminho do interior.Onde terminam as águas pesadas e oleosas, ao sul, termina também, bruscamente, o impressionante cenário de rochedos, dando lugar a uma região pantanosa de água salgada. O solo avermelhado é riscado por inúmeros ribeiros, perigosos para o viajante incauto. Essa baixada estende-se a grande distância para o sul até o deserto vale de Araba, que chega até o mar Vermelho.A oeste da costa sul, na direção do país do meio-dia bíblico, o Neguev, estende-se um espinhaço de quarenta e cinco metros de altura e quinze quilômetros de comprimento na direção norte-sul. O sol, batendo nas suas encostas, produz reflexos de diamante. É um estranho fenômeno da natureza. A maior parte dessa pequena serra é constituída de puros cristais de sal. Os árabes chamam-Ihe Djebel Usdum, nome antiquíssimo em que está contida a palavra "Sodoma". A chuva desloca numerosos blocos de sal que rolam até a base. Esses blocos tem formas caprichosas e alguns deles são eretos como estátuas. As vezes em seus contornos a gente pensa distinguir, de repente, formas humanas.As estranhas estátuas de sal trazem logo a lembrança a história da Bíblia sobre a mulher de Ló, que foi transformada em estátua de sal. E tudo o que está próximo ao mar salgado ainda hoje se cobre em pouco tempo com uma crosta de sal.Foi apenas recentemente que a escavação do Tell el-Mardikh, na Síria setentrional (ao sul de Alepo), conduzida pelo cientista italiano Giovanni Pettinato, causou sensação. Ali, Pettinato achou Ebla, uma cidade do terceiro milênio antes da era cristã.Primeiro, em tempos pré-históricos, existia ali uma civilização avançada, com uma estrutura social altamente diferenciada para a época; segundo, Ebla possuía um rico arquivo de tabuinhas de barro. Textos de Ebla contem nomes que nos são familiares pela leitura da Bíblia e, assim, aparecem no terceiro milénio antes de Cristo!Ali são mencionados tanto o nome de Abraão quanto os nomes das cidades pecadoras de Sodoma e Gomorra, aniquiladas pelo fogo, de Adma e Zeboim, no mar Morto.. O que se deve pensar do facto de os nomes Sodoma e Gomorra constarem de um arquivo encontrado na Síria, no terceiro milénio antes de Cristo?
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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O que são estas manifestações?

Seria isto de Deus? ou meninice? Breve estarei comentando estas imagens